quarta-feira, 8 de setembro de 2010

7º Capitulo

Quando entrei em casa não estava lá ninguém, a Matilde e o Pedro deviam ter ido dar uma volta. O meu telemóvel tocou, uma mensagem.

"Obrigado pela segunda oportunidade :) Amanhã está disponível para almoçar?"

Era do David ele não me tinha deixado assim à tanto tempo e já me estava a mandar uma mensagem, ainda por cima devia ir a conduzir e a mexer no telemóvel. Agora não o ia deixar pendurado, tinha de lhe responder.

"Por acaso não vais a conduzir? De manhã vou à Universidade, estou disponível a partir das duas!!"

Ele respondeu rapidamente:

"Sim vou, porquê? Ok, então às duas e meia passo por sua casa para irmos almoçar."

"Porquê? Porque não deves conduzir e mexer no telemóvel ao mesmo tempo. Combinado!! Vá porta-te bem e larga o telemóvel.
Beijinho, Até Amanhã"

"Eu sei, mas não aguentava mais sem você. Vou largar.
Beijo, Até Amanhã"

Senti chaves na porta, devia ser a Matilde e o Pedro. Sentaram-se no sofá ao pé de mim e claro começaram logo com perguntas. Já nos conhecíamos à quatro anos, mas passávamos tanto tempo juntos que nos conhecíamos como ninguém. Sabíamos perfeitamente o que o outro tinha só de olhar.
Então como correu a conversa? - perguntou a Matilde, sempre curiosa.
Correu bem, decidimos começar tudo de novo.
Tudo de novo? - perguntou o Pedro.
Sim decidimos esquecer o que se passou naquela noite e começar tudo de novo.
Ainda bem, eu acho que vocês fazem um casal perfeito. Apesar de nunca vos ter visto juntos... - disse a Matilde, que andava sempre a "formar" casais. Ela vive num mundo cor-de-rosa, então acha tudo perfeito, como se tudo fossem príncipes e princesas.
O homem da casa agora sou eu, portanto é bom que mo apresentes. - disse o Pedro com um ar autoritário.
Claro que sim chefe! - disse enquanto fazia aquele gesto que fazem os militares.
Sabes que estou a brincar, mas se ele te põe triste outra vez...
Não põe Pedro, está descansado. - eu queria mesmo acreditar no que dizia.
O Pedro é das pessoas mais "boa-onda" que conheço, está sempre tudo bem, mas quando algo corre mal é melhor não se chegarem ao pé dele. Está sempre a dizer que é o macho dominante, que ninguém tem um corpo como o dele... teatros dele para nos fazer rir, mas a verdade é que tem resmas de raparigas atrás dele. Eu e a Matilde fomos fazer o jantar enquanto o Pedro punha a mesa e já pensava no que havia de fazer para o almoço do dia seguinte.
Eu não almoço em casa. - disse eu.
Não?! - perguntou a Matilde.
Não, vou almoçar com o David.
Ai sim? Então e não nos contaste logo porquê? - perguntou o Pedro.
Porque não me perguntaram. - disse a rir-me.
Quando acabámos de jantar o Pedro pôs a loiça na máquina, a Matilde foi tomar banho e eu fui ver um pouco de televisão. Em casa era tudo calendarizado, pois apesar de sermos só quatro para os banhos era uma confusão, e para as limpezas, tarefas domésticas dá muito jeito, ninguém se "corta" da sua tarefa. Como não dava nada de jeito nos canais generalistas pus na BenficaTV, estavam a noticiar que a clausula de rescisão do David tinha aumentado, cada vez havia mais clubes atrás dele. Senti-me orgulhosa. O Pedro chegou nesse momento.
Então e já pensaste se tu e o David avançarem e ele for vendido para um clube estrangeiro como vai ser?
Não sabes bem que só me importo com o dia de hoje, viver o dia ao máximo. Não faço planos a longo prazo.
Pois mas vai ser complicado... - disse o Pedro.
Se isso acontecer logo se vê, hei-de arranjar uma solução.
Ouvimos um grito, era a Matilde.
Que se passa? - perguntei.
A água... está gelada.
Boa o gás!! - disse o Pedro.
Matilde tens de te despachar e acabar de tomar banho assim, ficámos sem gás. - esta conversa era feita em voz bem alta. - Como é que ficámos sem gás? - perguntei ao Pedro como se o quisesse esganar e já a falar mais baixo.
Esqueci-me de avisar que o gás estava a acabar, desculpa.
Sem stress, deixa.
Tinha de me mentalizar que de manhã ia tomar banho de água fria, mas não havia de ser nada. Fomo-nos deitar cedo, pois tínhamos de acordar cedo para a Universidade. O dia de hoje tinha sido muito bom, tinha resolvido tudo com o David, mas o de amanhã prometia ainda mais. Era tudo tão estranho, nunca tinha admirado o David como tantas outras raparigas e agora conhecia-o (e não era isso que eu estranhava, pois a profissão do Fábio tinha destas coisas de conhecer jogadores) e mais do que isso adorava a pessoa que ele é e dava tudo para estar com ele nem que fossem cinco minutos...

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